Apesar de os Estados Unidos ter tido um crescimento econômico robusto em janeiro, com a criação de 353 mil empregos, o setor de tecnologia segue enfrentando uma nova onda de demissões. Empresas como Google, Amazon, Microsoft e PayPal anunciaram cortes significativos – somente nesta última serão 2,5 mil funcionários, cerca de 9% de sua força de trabalho.
Essa tendência contraditória levanta questões sobre a estabilidade e o futuro do emprego no setor de tecnologia. As dúvidas aumentam ainda mais quando consideramos o impacto da inteligência artificial nessas empresas.
“Eu realmente adorei o que fiz”, disse Julian Chavez ao The Washigton Post. “Mas as demissões me deixaram cansado”, conclui. Chavez, que foi demitido de três empresas diferentes, agora cursa pós-graduação em Psicologia.
E agora?
Em 2023, as empresas de tecnologia despediram mais de 260 mil trabalhadores, de acordo com o site Layoffs.fyi. Na ocasião, executivos atribuíram as demissões à contratação excessiva durante a pandemia e a altas taxas de juros que complicaram novos investimentos. Por isso, uma forma de aumentar lucros foi cortando custos, o que incluiu demissões de funcionários, principalmente aqueles com salários elevados.
No entanto, as demissões continuam em 2024, apesar da estabilização das taxas de juros e da expansão do mercado de trabalho em outras indústrias. O que se vê é que empresas de tecnologia em todo os Estados Unidos, especialmente as baseadas em São Francisco, seguem implementando cortes de pessoal.
Ainda segundo o site Layoffs, já foram cortados 31.751 postos de trabalho em 2024. Com essas novas ondas de demissões, a percepção dos funcionários sobre empregos nas empresas de tecnologia está mudando. Antes, as vagas no setor eram vistas como seguras e desejáveis. Agora, muitos trabalhadores buscam alternativas, priorizando empregos que ofereçam um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
A situação também reflete uma potencial reestruturação do setor. Com a adoção crescente de ferramentas de inteligência artificial, há um foco maior na eficiência e na produtividade.